LITERANIS ENTREVISTA MÁRIO SERRANO
01-BLOG LITERANIS – Máquina Poética é um título bem lisonjeio... Como você se vê diante disso?
MARIO SERRANO - Bom, o título se dá pelo meu volume na produção de temas poéticos variados, me sinto feliz com isso, é sinal que estou alcançando, com meu trabalho, cada vez mais leitores.
02-BLOG LITERANIS – E falando em poesia, o que é a poesia para você?
MÁRIO SERRANO - Poesia pra mim é tudo além de um sacerdócio, a poesia representa o ar que eu respiro. Vivo isso desde meus 10/12 anos, onde eu só rabiscava versinhos, versinhos esses que fui aprimorando ao longo do tempo, ouvindo os cantadores de viola e emboladores, ouvindo músicas, interpretando as poesias que suas letras traziam, lendo revistas, jornais e livros.
03-BLOG LITERANIS – ALSPV, TCP e CLAG. Como tem sido sua relação com estes três grupos, dos quais participa?
MÁRIO SERRANO-São três grupos com o um mesmo objetivo, dar espaço e vez para que os poetas e suas poesias possam voar por muitos espaços, mas distintos entre si, cada um com suas normas e objetivos diferentes:
Na ALSPV - Academia de Letras Sociedade dos Poetas Virtuais, a responsabilidade é bem maior, lá eu me divido entre ser poeta e um diretor, sou colunista de uma revista virtual diária, também ostento o título de poeta imortal.
No Terça com Poesia (TCP), sou apenas um poeta, onde tenho como responsabilidade própria, publicar diariamente e interagir com os demais membros.
Já no Clube de Leitura e Artes de Goiana-PE (CLAG), tenho a obrigação de ler, interpretar e analisar textos previamente escolhidos, participar das reuniões semanais, trocar experiências e interagir com os demais membros.
04-BLOG LITERANIS – Seu maior sucesso literário, até agora, foi a coluna Galeria de Arte em Poesia, que você publicou durante meses no Terça com Poesia. Há algum plano de continuá-la, talvez em um livro ou algo semelhante?
MÁRIO SERRANO - Sim, a coluna Galeria de Arte foi um trabalho muito emblemático feito por mim, uma ideia saída da cabeça desse cara fantástico que se chama Severino, ou simplesmente Bill.
Emblemático sim, porquê a ideia me veio em um momento difícil, no ano de 2020, naquele primeiro lockdown que teve a duração de 05 meses, e essa coluna me tirou de um início de depressão, um desafio semanal que ocupava minha mente entre estudos e pesquisas, para elaborar uma poesia a partir de uma obra de arte clássica ou moderna.
Quanto a continuá-la, sim, existe possibilidade, não com tanta intensidade, inclusive, essa coluna se desdobrou, veio dela a Coluna Poesia dentro da Poesia, e logo, logo, mais uma cria.
Existe sim, um plano de editar, em um livro, as mais de 70 poesias produzidas nesse período.
05-BLOG LITERANIS – Nestes tempos sombrios de isolamento, lockdown e pandemia, como você vê o papel da Poesia para si mesmo e para a sociedade? Ainda há lugar para a Poesia neste clima apocalíptico em que vivemos?
MÁRIO SERRANO - Por partes, como Jack o estripador, eu vejo na poesia, mais que uma válvula de escape, uma tabua de salvação, eu vejo a poesia como remédio, um lenitivo para as almas aflitas, um veículo de divulgação, de autoajuda, eu e minha família somos testemunhas da eficácia do poder curativo da poesia.
A poesia me tirou de um princípio de depressão, quanto a meus familiares, me agradecem e me cobram todos os dias, as poesias que publico no meu grupo, dizem eles que lhes ajuda a superar o isolamento social em que vivemos.
06-BLOG LITERANIS – Você é conhecido por utilizar rimas, mas não métrica em seus poemas. O que pensa diante do eterno debate com os poetas conservadores, que exigem a existência de poesia apenas se utilizar rimas e métrica?
MÁRIO SERRANO - Vamos lá, sim, sou avesso a metrificação, não que não admire quem assim a faz, conheço e sei como fazê-lo.
No meu caso específico, minha poesia vem do nada, do ar, ou de uma motivação externa, e tem de ser imediata, não posso perder a linha de raciocínio nem o tempo da inspiração, com a contagem de sílabas poéticas e todo aparato exigido pela metrificação, se eu assim fizer, vou perder o trem da criatividade, pois minha mente viaja numa velocidade tão grande que as ideias podem se sumir nesse hiato de tempo.
Como já disse, admiro e curto os poetas que se utilizam da metrificação em seus trabalhos, eu respeito por demais todo e qualquer tipo de poesia.
07-BLOG LITERANIS – Para terminar, você teria alguma receita ou dica para os poetas iniciantes que almejem se tornar tão produtivos quanto você?
MÁRIO SERRANO - Não me acho capacitado para dar conselhos sobre poesia pra ninguém, e também não tenho receita de como fazer uma poesia.
Afinal, poesia não é bolo, que se faz com suas medidas exatas.
A minha poesia na maioria das vezes me chega pronta, só me cabe jogá-las no papel.
Se há uma receita eu nunca vi, nem nunca me deram, já dicas, isso eu posso dar algumas:
a) Ouçam os mestres cantadores, emboladores. Ouçam a música popular brasileira, de todo tipo de estilo não só as do seu agrado, observem a construção das letras.
b) Participe ativamente de grupos de poesia, publique, leia os comentários, aceite as críticas, e o mais importante, interaja com o grupo, leia e comente as poesias dos demais poetas.
c) Não se prenda a um estilo só, seja eclético, procure conhecer outros métodos.
d) E o mais importante de tudo, faça dessa arte um sacerdócio, um exercício diário, se obrigue a ter um tempo pra poetisar.
E leiam, leiam o que lhes cair as mãos, gibis, jornais, livros, até bulas de remédio, só assim vocês terão vasto material e repertório para suas poesias .
ERRATA: na biografia de Mário Serrano, onde se lê que ele mora em "Olinda", deve ser lido "Piedade, Jaboatão dos Guararapes". Lamentamos o equívoco.
Parabéns Poeta Mário Serrano é isso mesmo não tem método poético tem inspiração que vem pronta e não podemos perder um instante pois perdemos todo contexto da obra.
ResponderExcluirAdmiro respeito e Máquina Poética eu que insistir nesse nome bela velocidade que você as desenvolve.Parabens a Bill por essa grande iniciativa é a vc que tão verdadeiramente respondeu a todas as perguntas.Feliz Páscoa pra vcs.Um abraço de Jesus.