Uma lenda viva da História da cultura nesta cidade, na qual consta como um dos maiores fomentadores culturais goianenses de todos os tempos. Ele é poeta, editor, pesquisador e produtor cultural. Reside na cidade de Goiana-PE. Coordena a editora Porta Aberta e o projeto de circulação de escritores chamado Recita Mata Norte. Publicou os livros Trago é guerra dentro de mim (2019), Dobra (2018), Poemas para desastres sentimentais (2016), Caosnavial (2015), Mas esse ano eu não morro (2014), entre outros. O seu livro Ruinosas Ruminâncias, foi um dos vencedores do Prêmio Pernambuco de Literatura em 2017. BLOG LITERANIS – Nos aspectos culturais e artísticos, como você se definiria? Philippe Wollney - Eu sou um poeta, um editor de livros artesanais e de publicações em formatos alternativos, um performer e recitador para fazer justiça às práticas de oralidades e de presença, tão marcantes nas expressões poéticas da região. E um produtor cultural, que tenta realizar projetos de incentivo, circulação, divulgação e formação de agentes culturais e artistas. BLOG LITERANIS – Você já esteve à frente de várias iniciativas culturais, em Goiana, por exemplo o Silêncio Interrompido. Como avalia o impacto de essas iniciativas na arte e cultura deste município? Philippe Wollney - Acredito que o Silêncio Interrompido foi importante por tentar retirar, de um certo gueto, manifestações artísticas que estavam para um público muito restrito e que sempre se realizavam em espaços privados. Seja por um lado, tomar as praças de Goiana com o Rock e com as performances, seja por outro lado, tirar do pedestal certas linguagem que se colocavam como algo para um público pretensamente culto, como a poesia e as artes plásticas. Além de uma discussão, que era o que realmente estava em questão, sobre autogestão artística e reinvindicação de políticas públicas de lazer e cultura para a juventude. BLOG LITERANIS – Philippe Wollney acabou sendo um grande expoente e um exemplo da chamada poesia jovem, radical, libertadora, etc, nesta cidade e, por isso, tornou-se e é ainda um símbolo para muitos poetas goianenses que praticam esse tipo de poesia, mas como você se vê nesse meio e nesse papel? Philippe Wollney - Eu realmente não sei. Não sei exatamente qual a minha importância isolada nesse contexto, e também no sentido de a minha poesia ser realmente algo que esteja como referência. Acredito que se há alguma importância, que resista até agora, seja no sentido de eu ter conseguido alguma visibilidade ou reconhecimento pelo fazer artístico e continuar nele. De continuar produzindo, experimentando, dialogando com novas pessoas, e principalmente, de não ter dado no pé daqui da cidade, e isso não é um julgamento, e sim apenas uma constatação, e continuar produzindo. E se me permite fazer uma resposta um pouco mais longa, vejo hoje na cidade, uma cena de jovens poetas que trabalham na linha do rap, e que realizam encontros semanais de récitas (ou como eles chamam, Batalhas de Rima), os vejo e fico alegre, porque eles estão fazendo exatamente o que nós fazíamos, ocupar e reivindicar o espaço da cidade para o encontro, para o compartilhamento, para a retroalimentação de sua poesia. E principalmente, por saberem a importância de fazer arte na rua, aberta, disponível, presente. BLOG LITERANIS – Entre essa época, a que nos referimos na pergunta anterior, e o momento atual, em sua opinião, o que mudou na arte em Goiana? Philippe Wollney - Bem, mudou tudo e nada. Mudou a possiblidade de se comunicar, em um contexto com mais informação, de mais referências, de como a Internet veio e permeou as relações e articulações de pessoas e de grupos. Mudou a possiblidade de produzir, para melhor, conteúdo de qualidade em vídeo, em produzir música, em produzir poesia. Mudou que temos hoje uma biblioteca e um equipamento como o Sesc, o espaço como o Atelier Valcira Santiago, as Batalhas de Rima, acredito que pelo menos cinco diferentes. E não mudou nada no sentido de estruturação das políticas de incentivo a arte e cultura, na questão do abandono de políticas de juventude, espaços de convívio e lazer, de informação. Nada, o mesmo deserto de décadas. BLOG LITERANIS – Que conselho você daria aos atuais fazedores de arte em Goiana? Philippe Wollney - Aos fazedores de arte eu primeiramente os saúdo, os estimo, e os ofereço minha mais cara estima e reconhecimento de se fazer, de sua motivação, de sua persistência, de suas ousadias, de suas energias, de suas doações para o gesto de criar, de por uma assinatura no mundo, de tentar registrar a potência criativa nessa cidade, de estar “no mais alto grau da inteligência humana” que é fazer arte. Eu diria que continuem, não deixem ser lobotomizados, que insistam, façam. Existam. |
IKKI! - CONTO DE PAULO EDUARDO
“IKKI!” Por Paulo Eduardo Em um dia escuro, no meio do outono, Yuli, um ronin estava caminhando por uma cidade deserta, dez anos depois dos eventos que o fizeram renunciar a ser um samurai: Sua esposa, Myoinni, foi assassinada por uma horda de demônios canibais, que eram comandados pelo Demônio da Glutonia, o mais terrível demônio conhecido pelas lendas, que atacou o Castelo Hachinohe, enquanto Yuli estava numa batalha distante, liderando o exército de seu senhor contra o exército de um han inimigo. Isso foi há dez anos e Yuli renunciou a seus títulos, suas posses e a obediência a seu senhor e tornou-se um ronin, um samurai sem mestre, caído em desgraça, e jurou vingar a morte de sua esposa. Porém, mesmo após procurar aqueles demônios por dez longos anos, nos quais, sendo um ronin, sobreviveu como assassino de aluguel, para adquirir os meios de sobrevivência e para refinar sua arte de luta e prepara-se para eliminar o Demônio da Glutonia, nenhum traço daqueles seus inimigos Yuli pôde e...
Muito importante suas respostas.
ResponderExcluirSim não podemos parar.
Correr atrás e não desistir.
O cara é fera!!! Tão novo, mas com uma bagagem cultural de dar inveja a muitos poetas experientes!!!
ResponderExcluirParabéns ao LITERANIS pelo belo conteudo... ao meu parceiro e brother Wolney um salve e toda a minha estima e admiração...
ResponderExcluirEm nome do Literanis: obrigado. (Bill)
ExcluirAo Luteranos, meus parabéns por está Intervista, phellipe Wolney este poeta de auto conhecimento um grande incentivador na cultura local e região
ResponderExcluirFiquei feliz pela criação do Blog LITERANS. A entrevista formidável. Vamos crescendo. a cultura precisa. Parabéns aos criadores, e ao nobre Phellipe Wolney
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